23 de outubro de 2008

Horário de Verão

Veja só que loucura o horário de verão.
Como muitos sabem, o horário de verão é o adiantamento dos relógios para promover economia de energia elétrica com o aproveitamento da luz natural dos dias mais longos das estações de primavera e verão.
Benjamin Franklin em 1784 teve a idéia para economizar velas, uma vez que ainda não existia geração de diferenças entre potenciais elétricos, ou seja, energia elétrica.
Em 1907 um inglês chamado William Willett (1856-1915) deu início uma campanha para desestimular o consumo de energia elétrica. Para isso publicou um panfleto intitulado “Waste of Daylight” (Desperdício de luz diurna) onde propunha o avanço dos relógios em 20 minutos aos domingos de Abril e um retardo do mesmo período nos domingos de Setembro.
Porém nunca foram ouvidos. A primeira vez que se adotou o horário de verão foi durante a I Guerra Mundial para promover economia de carvão, pela Alemanha. Novamente mais tarde na II Guerra Mundial, por outros países e desde então é prática comum por vários locais do mundo.
Nada mais justo usar a fonte de energia “inesgotável” (pelo menos pelas próximas centenas de gerações) que é o sol. Não só pela economia, ou o não desperdício de energia (que pessoalmente acho importantíssimo), mas pela própria grande oferta em si que são várias horas a mais de luz, de dia.
Depois da primeira semana vai bem, mas o curto período de adaptação é estranho. Não dá fome na hora do almoço, dá muito mais sono na hora de acordar e nenhum na hora de dormir. Tudo porque usamos relógios nos pulsos, paredes, celulares, computadores e etc.
Os animais não sentem a diferença, acordam, comem e dormem a hora que lhes é propícia.
Como se passar o dia dentro de um escritório com luz artificial, computadores, ar condicionado e nenhum contato com a natureza, às vezes nem humano fizesse alguma diferença entre inverno e verão, dia e noite. Como os animais, esta também é uma exceção. Talvez seja a sua e a minha, mas ainda é uma exceção.
E o que isso pode causar? Uma pesquisa no Canadá revelou 7% de aumento nos acidentes de carros durante o primeiro dia após a mudança. Os pesquisadores também afirmam que a adaptação é como uma viagem de avião a uma região com um fuso horário de diferença. Mesmo que você esteja parado no mesmo lugar, sentado no sofá da sua casa é como se o mundo desse um pequeno salto do tempo para frente e depois para trás. E tudo isso nada mais é que o grau de inclinação, equilíbrio geotérmico ou o equinócio de Primavera e Solstício de Verão que teimamos em enquadrar na nossa rotina, carga horária, dentro de nossos prazos e vida corrida que levamos.

O melhor é que eles sempre existiram e existirão, tenhamos nós nossos relógios para ajustar ou relógio algum marque hora nenhuma.

E que diferença isso faz para você? No seu sono, na sua fome, no seu humor?
Faz diferença na sua realidade ou digamos que ela é de certa forma adaptável?

E quem há de dizer que tempo não é relativo?

Quem sou eu ???

Não sou muito concordante com tudo que este escritor escreve, porém achei este texto muito interessante.

QUEM SOU EU ???

Nesta altura da vida já não sei mais quem sou... Vejam só que dilema!!! Na ficha DA loja sou CLIENTE, no restaurante FREGUÊS, quando alugo uma Casa INQUILINO, na condução PASSAGEIRO, nos correios REMETENTE, no supermercado CONSUMIDOR. Para a Receita Federal CONTRIBUINTE, se vendo algo importado CONTRABANDISTA. Se revendo algo MUAMBEIRO, se o carnê tá com o prazo vencido INADIMPLENTE, se não pago imposto SONEGADOR. Para votar ELEITOR, mas em comícios MASSA, em viagens TURISTA, na rua caminhando PEDESTRE, se sou atropelado ACIDENTADO, no hospital PACIENTE. Nos jornais viro VÍTIMA, se compro um livro LEITOR, se ouço rádio OUVINTE. Para o Ibope ESPECTADOR, para apresentador de televisão TELESPECTADOR, no campo de futebol TORCEDOR. Se sou botafoguense, SOFREDOR. Agora, já virei GALERA. (se trabalho na ANATEL , sou COLABORADOR ) e, quando morrer... Uns dirão... FINADO, outros .... DEFUNTO, para outros ... EXTINTO, para o povão ... PRESUNTO. Em certos círculos espiritualistas serei ... DESENCARNADO, evangélicos dirão que fui ...ARREBATADO. E o pior de tudo é que para todo governante sou apenas um IMBECIL !!! E pensar que um dia já fui mais EU. Por Luiz Fernando Veríssimo.

27 de julho de 2008

Locais desta semana...

Quais os lugares que você esteve esta semana?
Vou escrever sobre alguns deles, os que eu recomendo uma visita....
Igreja de Santo Antônio na praça do Patriarca. Construída em 1592. Reedificada em 1717, 1747 e em 1899. É uma das mais antigas do centro de São Paulo. Lá foram celebrados vários casamentos importantes dos séculos XVI, XVII, XVIII, XIX e XX. Milhões ou bilhões de orações de moças e rapazes para Santo Antônio. Linda, pequenina, de nada lembra a estonteante Catedral da Sé. Com jeito de capela, somente duas fileiras de bancos voltados ao altar principal, cujos altares laterais são riquíssimos, com pinturas de pó de ouro em todos os detalhes, resplandece a riqueza da época em que era a Igreja onde a nata da sociedade se reunia. Hoje, com todos estes detalhes, trás na figura de Santo Antônio a humildade e uma sensação comum à maioria das Igrejas, paz, tranqüilidade, equilíbrio, igualdade, conforto, compaixão.
Ao entrar no Theatro Municipal de São Paulo fica impresso no rosto de cada visitante de primeira viagem, como nos mais experientes, como é expressivo o local. Imponente por fora e excepcionalmente belo por dentro. Requinte em todos os detalhes. Nos vitrais, na escadaria, nas esculturas, nas varandas. Que lugar carregado de história. Não só as que lá foram contadas, mas as histórias de quem por lá passaram. Histórias diferentes, histórias reais e irreais, tudo se mistura. O cartão postal da cidade faz jus ao seu reconhecimento. As obras de construção se iniciaram em 1903 e duraram cerca de 8 anos. Muitos espetáculos foram apresentados desde então, foi o palco principal da Semana de Arte Moderna de 1922. Na platéia, foyers, camarotes, lugar para 1580 espectadores. Muitas personalidades, entre reis, rainhas, presidentes, artistas, atores, músicos, bailarinas, famosos de várias épocas pisaram lá. E muitos apreciadores de artes também. Hoje em algumas situações o Teatro ainda quebra tabus e trás apresentações gratuitas. Era o teatro da alta sociedade e hoje também é o teatro para o povo, cuja beleza está lá para todos.
Andei, ou melhor, fiquei parada na primeira escada rolante de São Paulo ainda em funcionamento. Desde 1955 leva as pessoas do Anhangabaú ao viaduto do Chá, com comodidade. O lugar onde ela está, para não divergir da cidade, é enorme. Lindo.
Outros lugares, não pouco importantes, talvez menos impressionantes, como a Rua Direita, Viaduto do Chá, Largo do Paissandu, Igreja do Paissandu, Galeria Olido, Bar da Brahma... Esses foram alguns dos lugares que estive na quarta feira.
Quantas pessoas também estiveram lá na quarta e quantas já passaram por lá em todo esse tempo que São Paulo abriga milhões de pessoas.
Quantas vidas, histórias, sentimentos, pensamentos esses lugares efemeramente abrigaram.
Quantos olhares impressionaram.
Quantas histórias já passaram.
Quantas realidades testemunharam.

2 de julho de 2008

Mundo animal

Peço desculpas, inicialmente, pela minha ausência nessas semanas, mas a minha realidade atual tem me tomado todo o tempo real disponível para qualquer outra atividade. Não foi por falta de idéias, talvez eu seja uma péssima administradora de blog, ou melhor, de tempo.
Tempo, eis o conceito real de algo mensurável, porém abstrato e totalmente dependente de uma referência. Tempo, tempo, tempo... um assunto que renderá algumas postagens neste blog. Mas não hoje.
Hoje venho com novas concepções, pois foram novas coisas que aprendi neste tempo que fiquei ausente.
Aranhas que tecem teias e as usam como redes!!! Sim, aranhas, artrópodes conceituados por nós, humanos como seres desprovidos de inteligência. Mas lançar uma rede em um objeto que lhe servirá de alimento, não é inteligente? Não é o uso de um artigo, artefato, ferramenta? Como o observado em alguns primatas, e lógico cães domésticos!!! Mas a distância dos artrópodes aos cordados, aos carnívoros e ainda aos primatas é muito grande!!! E agora vem a parte mais interessante: ela mesma, a aranha, produz a matéria prima e confecciona a partir dela seu instrumento de caça. Mais incrível por ser um líquido armazenado em glândulas chamadas de fiandeiras que tomam a forma sólida em contato com o ar, podem ser de composições variadas, dependendo da utilidade a que se destine. Por ser algo que desconhecia até os meus 28 anos, achei bárbaro, porque provavelmente elas fazem isso desde muito antes de Cristóvão Colombo aportar na América no dia 12 de outubro de 1492. Isso que ele se perdeu, né? Achou que tinha dado a volta ao mundo, mas isso é uma outra realidade que não me cabe discutir.
Outra super novidade (pelo menos para mim) do mundo animal que me deixou também muito fascinada foi a capacidade de uma espécie de escorpião do deserto em ser congelado (no freezer – era a experiência do pesquisador) em um bloco de gelo e depois descongelado com o calor do sol. E pasmem, ele saiu andando!!!! Sim, eles tem a capacidade de se congelar e descongelar logicamente pela grande variação de temperatura diária de um deserto, mas ver isso, claro que pela TV, foi bizarro e para mim é a descrição de uma realidade paralela. Já ouviu falar em alguma criogenia de seres adultos que deu certo? Então, agora ouviu. É um fato limítrofe entre realidade paralela e ficção científica.
Agora eu pergunto: E o que você faz com o seu corpo? O ser humano tão evoluído com seu raciocínio nada rudimentar não passaria da primeira semana se alguém não o pegasse no colo, colocasse no peito e limpasse sua bunda. Se alguém não lhe ensinasse como fazer as coisas, conseguiria aprender tudo sozinho? De onde vem esses ensinamentos, esse instinto tão primoroso dos animais? E o que você faz com sua capacidade mental, o que você faz com seu conhecimento?

Água em marte

Eis que no dia 20 de junho, uma pequena manchete de uma de várias páginas de notícias da internet:
“Cientistas estão "certos" de que encontraram gelo em Marte”
Não entendi o certo entre aspas. Ou estão ou não estão.
Água. H2O. Água. É isso que o gelo é, certo? (Logicamente que em outro estado físico). Ou acharam ou não acharam. E se acharam? O que muda de verdade? Para começar, o gelo não esteve lá sempre? E não iria ficar lá se não achassem? Isso muda algo pra você?
Isso te leva a novas possibilidades?
E se a resposta é sim, o que seria? A confirmação de uma hipótese? A descoberta em si ou as inúmeras possibilidades que esta descoberta pode levar?
Aonde vamos, você pergunta, ou onde estamos?

15 de junho de 2008

Uma semana

Olá queridos amigos...
Algumas coisas me aconteceram esta semana e muito me remeteu ao que propus discutirmos aqui, mas se não houver discussão, pelo menos minha exposição das diferentes realidades a que assisto. São alguns exemplos do que tinha comentado anteriormente.

As diferentes percepções podem ficar explícitas quando uma mesma história é contada por pessoas diferentes, épocas diferentes, intenções diferentes. Vejam as inúmeras interpretações de um escritor inglês do século XVII, chamado William Shakespeare. Até hoje novas interpretações para as mesmas histórias são criadas por diferentes pessoas em diferentes realidades e todas essas realidades muito diversas da vivida pelo poeta. Posso dizer que são realidades paralelas para cada um dos personagens e para aqueles que tiveram a oportunidade de assistir a mais de uma versão da mesma história.

Outra coisa que me chamou a atenção e me fez refletir esta semana foi conhecer uma realidade muito diferente da que estou acostumada. Mesmo tendo a cabeça aberta para as diferentes percepções da vida, uma coisa me tocou profundamente. Foi o privilégio de conhecer uma comunidade que através do voluntariado, presta assistência a muitas pessoas. Além de apresentarem possibilidades inúmeras para centenas de famílias e principalmente crianças, não esperam nada em troca e são muito felizes por isso. Fazem a sua parte e a parte de muitos que se omitem dos problemas reais da realidade do nosso país. O que também me tocou foi a indiferença de algumas pessoas para as quais o trabalho é destinado. São carentes, sem oportunidades, sem perspectivas. Iguais às outras, mas essas são aquelas que não vão voltar. Porque não querem. E o próprio Giovanni Melchior Bosco, o Dom Bosco, inspirador dos voluntários já sabia disso, que podemos ajudar, mostrar o caminho a muitos, mas alguns voltam e outros não. E foi isso que realmente me tocou, a bondade explícita, o conceito oposto ao egoísmo, vi o altruísmo que Augusto Comte, filósofo francês, concebeu em meados de 1830 para caracterizar o conjunto de ações humanas coletivas e individuais que levam os seres humanos a dedicarem-se aos outros. Ver isso com meus olhos e aceitar isso na minha realidade foi lindo. Uma experiência inédita, como a de viajar 40Km dentro de uma cidade só. Tudo no mesmo dia! Incrível!

Também ouvi em algum lugar que muitos aceitam a certeza de realidade justamente pela presença do delírio, pois sabendo bem o que não existe deixa claro o que existe, o que é real.
De certa forma não discordo deste pensamento, mas questiono o que aceitar como delírio. Ele pode ser tão óbvio e tão sutil. Quando sutil o delírio não distorce a realidade ao ponto de não ser aceitável. E ele é real? O que o ocasionou? Drogas, trauma, doença psicológica, etiologia desconhecida? Quem determina o que é delírio e o que não é? Quem pode medir isso? Se é que isso se mede.

Sei que meus pensamentos são confusos, minhas idéias são inacabadas, mas o blog é meu e eu escrevo o que eu quero... quem sabe com o tempo melhoro, dou uma resposta, sou mais objetiva.. ou quem sabe não.. só o tempo dirá.

E para me despedir de vocês nesta noite de domingo, quando o Brasil perdeu para o Paraguai numa partida de futebol por 2xO somente alguns dias depois de perder para a Venezuela também por 2xO e ser zoado pelo Hugo Chávez (isso sim parece um delírio óbvio!), deixo algumas frases do filme que coloquei como indicação neste mesmo blog, “What the bleep do we know?”:
“No início era o nada, fervilhando de infinitas possibilidades, das quais você era uma delas.”
“Vocês realmente precisam reconhecer que até mesmo o mundo material que nos rodeia, as cadeiras, as mesas, as salas, o tapete, a câmera inclusive, todos eles não são nada além de possíveis movimentos de consciência. E, a cada momento, estou escolhendo entre esses movimentos para manifestar minha experiência atual. (...) Então, ao invés de pensar em coisas, deve pensar em possibilidades. Todas são possibilidades da nossa consciência.”
“As coisas não são criadas por outras coisas, mas por idéias, conceitos, informações.”

10 de junho de 2008

Realidades

Pensei num texto inicial que reunisse algumas das idéias sobre o que penso sobre realidades paralelas.
Uma realidade paralela não precisa ser real, afinal, o que é real?
Pode ser uma verdade que não se comprovou nunca, pode ser uma possibilidade futura, pode ser o que você acabou de fazer ou ler. Pode ser ainda o que você gostaria que tivesse acontecido ou falado em certa situação, ou uma memória não tão clara de algo que realmente aconteceu com você.
Já aconteceu com você alguma vez de ter certeza de uma coisa, por exemplo, a localização de uma cidade, bairro ou rua e em outro momento esta cidade, rua, bairro estar em outro local? E você achou estranho, mas aceitou?
Já aconteceu alguma vez de ter certeza do nome de uma pessoa ou relação de parentesco entre dois conhecidos e de repente esta certeza não condizer com a realidade? Ou seja, você somente estava errado, mas tinha tanta certeza...
Já aconteceu alguma vez você conhecer a letra de uma música e determinado dia ouvindo a música, não ser exatamente a letra que você sabia de cor?
Se nada disso aconteceu com você ainda, mas em algum momento da sua vida, seja contemplando a cor do céu, ouvindo o som de um pássaro ou acreditando numa mentira que você mesmo contou, acredite: você pode ter experienciado uma realidade paralela!

A vontade de se viajar no tempo exprimiria a capacidade de se retornar não à realidade, mas sim as possibilidades de uma realidade que por uma milifração de segundo ter sido realmente real. E isso seria real?
A física quântica, dentro de todos os conceitos que a implicam, tenta explicar onde estão os elétrons quando eles não estão aqui. Se os elétrons são essenciais para a composição dos átomos e estes por sua vez, essenciais para a composição de qualquer matéria e até mesmo do ar, aonde eles vão? Aonde nós vamos quando não estamos aqui?

O que é realidade pra você? É o que está fazendo agora? É o presente? E as memórias, são reais? Todas elas? Sua leitura do início deste texto é uma memória. E ela é real? Este texto é real? Ele existe em algum lugar? Se você não imprimí-lo e não tocá-lo será real para você? Se você recomeçar a leitura agora, algo terá mudado? Terá certeza disso?

Ainda não tenho muitas das respostas às perguntas que lancei, mas de uma coisa estou começando a ter certeza, a de que realidades paralelas existem e são inúmeras para cada um de nós. Podemos chamá-las de passado, história, probabilidade, estatística ou iniciar uma experiência com “se”, qualquer uma dessas alternativas pode a qualquer instante não representar o que realmente existiu, existe ou existirá. Cada um de nós cria a melhor realidade em que quer viver e quanto mais próxima do real, mais distante da certeza do que é o real.

Este foi o primeiro texto, com alguns tópicos dos que vem pela frente, junte se a mim, vamos tentar entender o que realmente é real. Suas opiniões são bem vindas, compartilhe-as comigo, deixe sua impressão.